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19 março 2018

Temer avisa a aliados que vai tentar a reeleição

Michel Temer

O presidente Michel Temer (MDB) já comunica a aliados que tentará a reeleição nas eleições gerais de outubro. A decisão contraria o que o próprio emedebista disse a aliados quando assumiu o governo, em 2016, na iminência do impeachment da então presidente Dilma Rousseff: em troca de apoio político e diante de uma base de sustentação instável, comprometeu-se a não disputar acorrida presidencial, abrindo espaço para postulantes de PSDB e DEM, por exemplo.

Para o emedebista, alvo de dois inquéritos ativos e dois momentaneamente barrados pelaCâmara, não há alguém melhor do que ele mesmo que possa defender o que considera comolegado, além da própria honra. Nesse sentido, buscará estratégias para emplacar no eleitorado atese de que tirou a economia do fundo do poço e, além disso, aproveitará os últimos meses demandato para avançar em medidas consideradas positivas, na esteira da polêmica intervençãofederal que decretou na segurança pública do Rio de Janeiro.

Mas o presidente enfrentará, além das denúncias de corrupção e do crescente desgaste noSupremo Tribunal Federal (STF), o obstáculo da grande rejeição ao seu governo. Desde queassumiu, os que desaprovam sua gestão sempre somaram mais de 90% em pesquisas de opinião –no momento mais agudo dessa rejeição, chegou a ter apenas 3% de aprovação, segundo algunsinstitutos. Na mais recente levantamento do Ibope, o percentual adverso ainda é baixíssimo,embora tenha aumentado (6%).

Apesar do cenário negativo na Justiça – algo compartilhado com seus aliados mais próximos e boaparte da classe política, não importa o partido –, a ideia de Temer é defender não só seu legado,mas a própria honra. Constitucionalista com obras elogiadas no circuito jurídico, o presidente sediz injustiçado de acusações graves que sofreu, principalmente aquelas relativas às gravaçõesclandestinas de Joesley Batista, e decidiu não esperar que aliados o defendam publicamente – emano eleitoral, iniciativa que costuma cobrar um preço caro.

“Em vez de ficar sentado no Planalto, vendo seu café ser servido cada vez mais frio e apanhandodos adversários (e de aliados), Temer vai assumir sua própria defesa pública. E se colar, colou”, diztrecho de nota veiculada pelo site BR18 e assinada por Marcelo de Moraes, que adiantou osbastidores sobre a decisão de Temer,.

Em sua versão online, o jornal O Estado de S.Paulo lembra que Temer não se submeterá à pressãodo calendário eleitoral, uma vez que não precisará deixar o cargo no prazo dedesincompatibilização de cargos imposto para postulantes a mandatos eletivos (até abril, a seismeses do pleito). Caso do possível adversário do presidente na corrida presidencial, o ministro daFazenda, Henrique Meirelles, filiado ao PSD e identificado como nome de centro direita, posiçãopolítico-ideológica que agrada ao mercado.

“Este [Meirelles] precisa, obrigatoriamente, deixar a pasta nos próximos dias se quiser concorrerão Planalto. Por isso, Temer não tem pressa – pode decidir até julho – e vai esticar ao máximo o anúncio oficial de sua candidatura. Com isso, evita também a politização de todas as futuras ações de seu governo”, diz o texto publicado no jornal paulista também por Marcelo de Moraes.

Fonte: Congresso em foco 

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