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20 março 2018

Fake news espalham mentiras sobre Marielle Cunha

Vereadora Marielle Franco

A intensa comoção causada pela execução da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes, na última quarta-feira (14), tem gerado, além de manifestações e homenagens emocionadas, uma onda de acusações e notícias falsas, as chamadas fake news,sobre a trajetória política e pessoal da vereadora. Circulam pelo Whatsapp e pelas redes sociais,sem nenhum tipo de comprovação, boatos que vão desde a sua conexão com o crime organizado até o uso de drogas.

Entre os que já compartilharam fake news sobre a vereadora, estão até mesmo figuras públicas.Em sua conta no Twitter, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), um dos líderes da chamada bancadada bala, escreveu que Marielle era “ex-esposa do Marcinho VP”, traficante que comandava o tráficona zona sul do Rio, “usuária de maconha” e “defensora de facção rival e eleita pelo ComandoVermelho”. O parlamentar disse ao Congresso em Foco que fez a postagem após ler “váriaspublicações”, já identificadas como falsas. Após a repercussão negativa, a postagem foi apagada.

Já no Facebook, a desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) Marilia Castro Nevesclassificou Marielle como “cadáver comum” e a acusou de aliança com o crime. “A questão é que atal Marielle não era apenas uma ‘lutadora’; ela estava engajada com bandidos! Foi eleita peloComando Vermelho e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores”, escreveu ela.

Na tentativa de conter a circulação de notícias falsas, o departamento jurídico do Psol e familiaresde Marielle Franco se mobilizaram em uma força-tarefa para identificar e denunciar as pessoas quetêm utilizado as redes sociais para difamar a vereadora. As denúncias que configurem atentado àhonra e à dignidade deverão ser encaminhadas para a Delegacia de Repressão aos Crimes deInformática. Voluntários também se uniram para criar uma página(www.mariellefranco.com.br/averdade) onde são enumeradas cinco notícias falsas contra avereadora que têm circulado pela internet.

Veja quais são os boatos contra Marielle desmentidos pelo site:

“Marielle era ex-mulher do traficante Marcinho VP”: MENTIRA

A vereadora Marielle Franco nunca foi casada ou teve qualquer tipo de relacionamento com ostraficantes identificados como Marcinho VP, seja Márcio dos Santos Nepomuceno, traficante doComplexo do Alemão preso desde 1997, ou Márcio Amaro de Oliveira, criminoso do Morro SantaMarta morto em 2003.

“Marielle foi eleita pelo Comando Vermelho”: MENTIRA

A vereadora nunca fez parte de qualquer facção criminosa. Eleita para seu primeiro mandato em2016, com 46,5 mil votos, Marielle obteve a maior parte dos seus votos da Zona Norte do Rio deJaneiro, cerca de 47% do total; seguidos pela Zona Sul (34% dos votos), reduto tradicionalmente declasse média; Zona Oeste (18%) e Centro (1%). Na região do Bonsucesso, que abarca os eleitores doComplexo da Maré, – onde a vereadora nasceu e foi criada – ela recebeu apenas 7% dos seusvotos. As informações são Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).

“Marielle era usuária de maconha”: MENTIRA

A vereadora tinha entre suas bandeiras a luta por uma nova política de drogas, defendendo que aguerra ao tráfico se tornou, ao longo de décadas, uma fonte de violência, desigualdade ecorrupção. Ainda assim, ela não era usuária de maconha ou de qualquer outro tipo de droga.

“Marielle engravidou aos 16 anos”: MENTIRA

Assasinada aos 38 anos, a vereadora deixou uma filha de 19 anos, Luyara Santos. A gestação,portanto, ocorreu entre os 18 e 19 anos de idade, e não aos 16.

“Marielle defendia bandidos”: MENTIRA

A vereadora do Psol questionava ações truculentas conduzidas pela Polícia Militar do Rio deJaneiro. “O 41º BPM está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana doisjovens foram mortos e jogados no valão”, denunciou ela na última semana, em uma de suasúltimas postagens nas redes sociais. Ela, no entanto, nunca defendeu qualquer ato criminoso.Chegou a auxiliar, inclusive, familiares de policiais assassinados na época em que foi assessora daComissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, de acordo com relatosde parentes das vítimas.

“Lutamos para que nenhum assaltante ou infrator seja torturado, amarrado à postes e executado.Defender isso é defender a garantia da nossa Constituição”, diz a página em defesa de Marielle.“Não é ‘defender bandido’, é defender que a lei seja cumprida. Justiça é diferente de vingança”,completa o texto.

Sobre Marielle

Socióloga com mestrado em Administração Pública, Marielle Franco nasceu em 27 de julho de 1979e foi criada na Maré, complexo de favelas da periferia do Rio. A parlamentar cursou Sociologia na Pontifícia Universidade Católica (PUC), com auxílio de uma bolsa integral, e concluiu o curso de mestrado na Universidade Federal Fluminense (UFF). Mulher, negra, favelada e companheira há 12 anos da arquiteta Monica Tereza Benício, a vereadora se destacava pelo ativismo em prol das minorias e da militância pelos direitos humanos.

Fonte: Congresso em foco

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